SELIC EM 10,50%: COMO INVESTIR ENQUANTO TAXA DE JUROS AINDA é DE DOIS DíGITOS

Selic em 10,50%: como investir enquanto taxa de juros ainda é de dois dígitos

Selic em 10,50%: como investir enquanto taxa de juros ainda é de dois dígitos

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Se antes analistas já viam força na renda fixa, o argumento a favor da classe ganha ainda mais peso. Na renda variável, é tempo de buscar proteção e aproveitar oportunidades pontuais, aqui e nos Estados Unidos, dizem especialistas consultados pelo InfoMoney. Veja as principais impressões e recomendações de investimento para cada classe de ativo:

No Tesouro Direto, houve uma mudança de perspectiva sobre os prefixados na comparação com a última reunião do Copom. Agora, os analistas enxergam prêmio nos papéis que pagam 11,50% ao ano. “Vemos o prefixado para 2035 retornando ao patamar de remuneração de 10% a 10,50% ao ano, o que daria um fechamento de 100 pontos-base ainda em 2024″, diz Caio Schettino, head de alocações da Criteria, que aponta oportunidade para investidores mais arrojados, que conseguem lidar com volatilidade, e podem lucrar com a venda antecipada do título.

Para Ulisses Nehmi, CEO da Sparta, até os ativos indexados ao CDI seguem como boas escolhas. “Todas as curvas de juros estão em patamares altos, temos juro real significativo em todos os indexadores”, diz.

Na Sparta, a preferência é por ativos de empresas de grande porte e forte geração de caixa, chamados de high grade, que pagam menos que as de empresas consideradas mais arriscadas, mas oferecem segurança ao investidor, diz o CEO da casa. “O crédito está num momento favorável, mas não necessariamente ideal para as empresas, [pois] representa custo. Então é melhor ficar no crédito privado de melhor qualidade do que se arriscar”, avalia o profissional. Schettino, da Criteria, observa de perto os setores de energia e saneamento, nos quais se destacam nomes como Sabesp, Aegea, Equatorial e Transmissão Paulista.

Analistas concordam que a Bolsa brasileira está barata – o Preço/Lucro (indicador formado pela divisão de preço atual por lucro) do Ibovespa está em 7,9x, abaixo da média histórica. Mesmo asim, “o fluxo para Bolsa continua muito baixo”, segundo Fernando Donnay, sócio e portfolio manager da G5 Partners. “Gostamos muito da exposição a ações no momento atual, mas com tamanho reduzido em nossos portfólios”, diz o especialista.

Após nova queda da Selic, a diferença entre juros brasileiros e americanos está ainda menor, o que tende a desvalorizar o real e, dessa forma, “quem internacionalizou seus investimentos adiciona proteção à carteira”, como explica Raphael Figueredo, CEO e estrategista-chefe da Eleven Financial. Para ele, “é importante priorizar empresas fortes em geração de caixa e com resultados previsíveis, como empresas ligadas a commodities metálicas e de energia”.

Schettino, da Criteria, ainda considera importante ter na carteira ETFs com setores que ainda não têm força no Brasil, como biotecnologia e inteligência artificial. Ele cita a Eli Lilly, produtora do remédio para diabetes Mounjaro; e a Novo Nordisk, que produz o Ozempic – mas prefere ETFs “porque naturalmente acompanham a tendência”.

Vedrossi aponta que os FIIs de “tijolo” – que investem diretamente em imóveis como escritórios, galpões logísticos e shoppings – tendem a se beneficiar mais com o cenário. Mas ele pondera que há bons fundos de “papel” – focados em títulos de renda fixa – com descontos interessantes.

Larissa Nappo, analista do Itaú BBA, vê potencial em fundos com ativos bem localizados e que possuem viés de alta nos rendimentos através de aumento de aluguel, redução de alavancagem (endividamento) e reciclagem do portfólio (compra e venda de imóveis).

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Com Selic ainda acima dos 10% e perspectivas satisfatórias para a inflação e crescimento do País o crédito privado via fundos “continua sendo muito interessante, tanto com papéis atrelados à taxa do CDI como ao IPCA”, avalia Evandro Buccini, sócio e diretor de gestão de crédito e multimercados da Rio Bravo, referindo-se especialmente às carteiras alocadas em títulos de dívida de empresas privadas não financeiras. Report this page